Mas a curiosidade é apenas um elemento que faz da leitura deste blog algo interessante, a quem se interessa, claro. O outro fato é o próprio gosto pela leitura, afinal, a base dessa brincadeira é a palavra escrita. Não é Youtube, nem Flickr. Não é vídeo, nem imagem. É palavra, frase, parágrafo. Você lembra de quando aprendeu a ler? Do dia para a noite todo aquele monte de símbolos passa a fazer sentido (às vezes nem tanto) e você não consegue mais olhar as letras sem ler os segredos que elas escondem. É mágico.
E leitura vicia, cuidado! Tem gente que lê sempre que pode. Na fila do dentista, na hora do almoço, no metrô... essas modalidades de leitura são clássicas! Outra paixão entre os leitores é a leitura sentado no trono. Quem não curte tomar contato com as letras, a textura do papel bem naquele momento maior de intimidade? Muitas boas leituras são realizadas no cenário cercado de azulejos, no aconchego do trono lê-se poesia, Foucault, jornal (novo ou velho). É o momento ideal. É o que se chama no cinema de “tempo morto" (quando a fantasia joga com o cotidiano).
Ler sentadinho no vaso é um deleite, ou não é? Atire o primeiro rolo de papel-higiênico quem finge que nunca o fez. E corra para experimentar quem nunca fez de fato. A maldade, meus amigos, é que a dinâmica do frio nos priva deste prazer. Calça grossa, ceroula, cueca. Tudo isso pra manter seus membros inferiores aquecidos. Então, no mágico instante em que você se entrona o frio atinge seu corpinho e arrepia até o último fio de cabelo, da cabeça, claro. Não rola. Ler não dá, tampouco parar para pensar na vida. Bom, ao menos até que inventem um aquecedor de assento sanitário. Existe isso? Será?